domingo, 22 de novembro de 2009

Estou preso em algum lugar do limbo


Penso que ainda estou na minha antiga vida na terra.
Converso com as pessoas e não ouço respostas...
Mostro meu RG para minha esposa, brincando que na foto sou o menino mogli e ela não reage.
Decido provocar e fico na mesma posição, ou seja, sentado ao lado dela,
com o braço levantado a sua frente mostrando o RG.
E ela continua assistindo, calmamente a novela.

Em outro momento, sento na cadeira do quarto dos computadores e fico "conversando" com ela.
Eu sentando onde penso ser minha cadeira de meu notebook e ela na cadeira da mesa do desktop.
Peço para ela repetir o endereço do site que está vendo, repito várias vezes o pedido e nada dela responder.
Enquanto ainda estou olhando para ela, sai e vai para a sala.

Tenho lampejos de consciência de que estou morto, mas é momentâneo e logo volto a pensar que estou vivo.
Acho que quando ela está se sentindo sozinha, ela tenta conversar comigo.
Isso também explicaria porque as vezes a vejo chorando pelos cantos da casa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Coisas que não mudam em Araraquara



Passeando por Araraquara, subindo a 2 e descendo a 3. Footing que não muda, desde o primeiro passeio sozinho, fiz muito esse percurso.
As vezes a noite para passear, esperando encontrar um amigo, alguém conhecido, as vezes de dia procurando uma loja, uma novidade.
No Mercado Municipal, continuo vendo seus pseudos proprietários, ou seja os logistas que pensam que são dono do Mercadão todo.
A Antiga fábrica de meias LUPO, mudou, hoje é um shopping , mas mantém o nome "Lupo",  dentro encontro uma antiga professora de matemática, no ginásio, a Dª Rosinha. Ela durante o ano todo só repetiu a roupa que  usava em duas ocasiões.
Rádio Elétrica Geral, continua igual. Na porta o mesmo luminoso de neon, agora sem funcionar. Lembro que eu ia muito lá, comprar componentes eletrônicos e fuçar as novidades. Cheguei a ir semanas seguidas, para acompanhar o preço do microcomputador que eu queria adquirir, o TK85 e toda semana o preço tinha subido e eu nunca conseguia comprá-lo. Até que minha avó Catarina deu uma mãozinha.
Comprar os softwares para o computador era outra aventura a parte. Tinha que ir lá, ver se já tinha chegado a fica K7 da Microsoft com o software gravado. Depois, outra longa novela se seguia, uma verdadeira saga, para fazer o maledeto computador ler o aplicativo através do gravador "Juruna".
Por outro lado, embora as casas, lojas, lugares, permaneçam muito semelhantes como eram no passado, em 10 anos de ausência, não conheço mais as pessoas da cidade, não fosse rever a Professora e os donos da R.E.G., poderia dizer que estou em outra cidade.
Flutuando em meio a esta nostalgia, toda, sigo pela rua 2, lá na esquina, perto da sorveteria Kawakami, avisto um rapaz com uma Twister parecida com a minha, mochila nas costas, desce da moto, com rodinho  na mão, e se oferece para limpar vitrines. (Serviço interessante!)
Caminho mais um pouco e aviso a Imobiliária Pan do meu amigo de Faculdade, o Éden Julio, ele não está, então sigo para o outro Shopping.
Pego a sessão de cinema às 17:15h, em uma quinta feira, com somente 8 pessoas na sala. Imediatamente vem a saudade das antigas salas de cinema do Graciano, seus cines Veneza, Coral, Plaza e Capri.
Terminada a sessão, caminho para a casa.
Já no estacionamento do Shopping, vejo uma mulher que comprou um coqueiro de 2,50m e faz o marido por dentro do corsa Sedan.
É, realmente as coisas não mudam em Araraquara, menos ainda, as mulheres.